QUANDO A ARTETERAPIA RESSOOU EM MIM
Autores:
Cláudia Drummond
Este trabalho fala, sobretudo, da arte como um potente instrumento expressivo no contexto terapêutico dentro da abordagem gestáltica ou da psicologia da forma, que é uma doutrina baseada na ideia da compreensão da totalidade, para que haja a percepção das partes. É de fundamental importância explicitar o quão rico torna-se o processo de terapia através da Arteterapia, tendo como base os princípios da Gestalt, para mobilizar e facilitar o contato, tanto do terapeuta com o paciente, quanto do paciente com ele mesmo, trazendo para o primeiro plano da consciência os conteúdos que até então "agiam" como fundo. A partir do momento em que a sutileza com que a plasticidade dos diversos materiais artísticos experienciados entram em contato com nosso conteúdo interno, conseguimos, como se fosse um processo de hipnose, trazer à tona tudo o que ficou lá, esquecido, adormecido, às vezes, até causando desordens na nossa vida. Digo isso com propriedade. Com a mesma propriedade que relatarei aqui, como e quando, através da formação na Arteterapia, o processo terapêutico aconteceu em mim, ajudando-me a ter consciência do que me causava medo, tristeza e insegurança. Passei a identificar a base destas memórias, pude torná-las presentes, revivenciá-las e ressignificá-las, promovendo mudanças perceptivas, o que permitiu a criação de novas formas de enxergar e de lidar com os problemas e com o mundo. A arte e sua função terapêutica, as abordagens psicoterápicas, a arteterapia e sua aplicação, a Gestalterapia, sua afinidade com a arte e, consequentemente, com as próprias questões da vida, até então existentes como pano de fundo, foram surgindo, sendo trabalhadas e revividas através da potencialidade da arteterapia, estudada como teoria e aplicada na prática .