O diálogo transdisciplinar permite a compreensão da cidade como espaço plural, moldado e marcado pela ação de urbanistas, planejadores, administradores, mas também pela trajetória e pela atuação de seus mais diversos habitantes. Mesmo sabendo do caráter fragmentário da cidade, a proposta deste livro é empreender uma bricolagem dos diversos e distintos textos que esses personagens criam e que dão forma à uma ou diversas cidades. Nestas páginas alguns fragmentos que compõem a cidade de Cajazeiras no sertão paraibano apresentar-se-ão como possibilidade de elaboração de sua história, ou porque não dizer, suas histórias.
Pensar a cidade constitui cada vez mais um desafio ao historiador e ao seu habitante. A sua complexidade e pluralidade salta aos olhos a partir da percepção de que não se constitui apenas pelo traçado de suas ruas e conjunto de construções erguido nela; a cidade é construída também pela cultura material presente em registros documentais que nos fazem adentrar as casas e compreender um pouco das sociabilidades e dos hábitos de sua população. A carência de reflexões sobre a história de Cajazeiras, sobretudo em uma perspectiva que extrapola o enfoque político e memorialístico, nos impele a divulgar os resultados de um projeto de pesquisa ainda em andamento, mas que já aponta para algumas leituras, e que intenciona contribuir com este debate.
