Acumulação e Libertação de Metais Pesados

por Briófitas Aquáticas

 

Vol 6 - Ensaios em contínuo (parte I)

Ramiro José Espinheira Martins

 

Há algumas décadas que o tecido das briófitas é bem conhecido como um poderoso permutador iónico (Puustjarvi, 1955). De forma similar às resinas permutadoras catiónicas, à temperatura ambiente, a sua eficiência de retenção de alguns catiões metálicos obedece à seguinte ordem: Fe 3+ >Mg 2+ , Ca 2+ >K + , Na + (Tyler, 1990). Vários musgos aquáticos têm sido referidos por acumularem metais pesados até concentrações consideráveis sem que haja danos visíveis. Concentrações de chumbo de 1000- 15000 g g -1 foram medidas em várias espécies de musgos de rios poluídos no País de Gales (McLean e Jones, 1975). Fontinalis antipyretica e Cinclidotus nigricans, em rios Belgas e Franceses, suportaram 1300 – 1900 g Cu 2+ g -1 e 5000 g Zn 2+ g -1 (Empain, 1976b) e Fontinalis antipyretica do Rhine e afluentes acumulou 2200 g Pb 2+ g -1 (Dietz, 1973). Say et al. (1981) observaram em musgos das espécies Fontinalis e Rhynchostegium de rios poluídos (Inglaterra) valores de zinco próximos de 8000 g g -1 . Muitos outros exemplos poderiam ser dados, mas pouco é conhecido acerca dos processos envolvidos na sorção dos metais pesados, quais os factores ambientais relevantes e em que medida interferem na acumulação.

Formato: ebook/PDF
ISBN 978-65-5376-254-1

DOI: 10.36599/qped-978-65-5376-254-1

ANO: 2023