RACISMO ESTRUTURAL E INSTITUCIONAL E O IMPACTO NA SAÚDE MENTAL DA POPULAÇÃO PRETA PORTADORA DE HEMOGLOBINOPATIAS
Autores:
FELIPE ANTÔNIO AMARAL MESQUITA
RAFAEL DE AQUINO COSTA
HENRIQUETA REGINA PEREIRA COUTO
As hemoglobinopatias são uma classe de doença hemolítica e congênita caracterizada pela alteração das hemácias, transformando-as de formato esférico e maleável em meia lua e rígida. Popularmente as hemoglobinopatias são conhecidas como Doença Falciforme, e são bem mais comuns do que vemos na literatura. Cerca de 3.500 novos casos são contabilizados por ano no Brasil, classificando-a como a doença de ordem genética e hereditária mais comum no país. Sua origem está ligada ao surto de malária no continente Africano, fazendo com que a genética da população se adequasse de maneira a não sofrer danos pelo parasita Plasmodium, uma vez que o mesmo, não se desenvolve em hemácias afoiçadas (meia lua). No Brasil, sua origem se deu à escravização do povo africano e ao movimento imigratório, sendo predominante em pessoas pretas, mas devido à miscigenação, acometendo também, pessoas não pretas. Visto isso e considerando o quão racializado é o Brasil, este trabalho explica de forma simplista as características e o envolto das hemoglobinopatias, e evidencia o racismo estrutural e institucional, que provoca maus tratos e sofrimento nos portadores. Além disso, explicita-se aqui a importância da Psicologia enquanto aliada na desconstrução de uma sociedade racista, bem como seu trabalho com pacientes crônicos.